Como diria Renato Russo (sim, a letra é dele) 'mudaram as estações e nada mudou'...
Entretanto, a verdade é que o tempo passa e tudo muda; as folhas caem no outono, as flores morrem no inverno, as células do nosso corpo morrem e são repostas diariamente, até as estrelas morrem, mas podemos ver seu brilho por anos ainda após sua morte.
Existem pessoas e existem relacionamentos que são assim, morrem e nos contemplam com seu brilho por toda uma eternidade. Contudo, as vezes, não é necessário que algo se perca no tempo para vivenciarmos isso. As vezes os relacionamentos morrem e renascem da mesma forma que as flores voltam a nascer na primavera, as vezes podemos sentir que algo está murchando, que não tem mais solução e o fim está próximo. Nos ensinaram que tudo tem fim, que nada dura para sempre e 'que o pra sempre, sempre acaba'! Na prática do dia a dia vai-se vivenciando algo que não é bem assim, que as coisas não precisam terminar de uma vez por todas e que o fim não significa, necessariamente, o cessar do brilho mas, talvez, um novo recomeço, afinal a vida não é cheia deles?
Há quem diga que só o amor não é o bastante para manter um casal unido e forte o bastante para superar qualquer desafio. Há quem diga que o amor, hoje em dia, tem prazo de validade, dia para começar e dia para terminar. Emoções baratas, sentimentos a venda na cesta da promoção, corações jovens com pequenas fissuras que nunca saberão o verdadeiro sentido de amar. Um coração que ama sinceramente não tem pequenas fissuras, mas verdadeiras rachaduras, remendos e curativos. Concordo com os que dizem que hoje em dia o amor não é o bastante, porque ninguém mais sabe o que isso quer dizer. O significado perdeu-se no tempo, perdeu-se após Romeu e Julieta, Otelo e Desdémona, Eros e Psiqué.
Dessa forma, atrevo-me a dizer que não pertenço a essa época, que minha alma não é inquieta como essas que anseiam paixão atrás de paixão, corações a 1,99. Ao contrário, minha alma encontra-se em quietude, em paz, serena e feliz, pois amo não com o coração, não com os olhos, não com o corpo, mas com a alma.
Assim, desafios vêm e são superados, obstáculos surgem e são desviados, qualquer coisa que entra no caminho fica para trás porque quem ama confia, valoriza a pessoa amada e jamais julga.
Para amar de verdade é preciso acreditar, é preciso confiar e não temer. É preciso que ambos tenham princípios e valores e, acima de tudo, é preciso ser forte, muito forte, mas não há fórmula mágica que nos faça chegar à força sem que, antes, tenhamos provado a fraqueza. Por isso as brigas, as decepções, os conflitos, os dias tristes, as flores que morrem, as noites sem estrelas. Deus não dará forças se você assim o desejar, Ele lhe dará a oportunidade de ser mais forte e cabe a você aproveitá-la ou reclamar que tudo chega ao fim.
Não é justo deixar de admirar o brilho de uma estrela porque ela já apagou, seu brilho ainda estará lá por muito tempo, a esperança fica e novas estrelas vão surgir, renovando as noites estreladas e diminuindo a escuridão. Por que desistir enquanto ainda há amor? As folhas caem no outono, mas voltam a nascer, tudo renasce e não são os problemas ou as diferenças que devem fazer algo terminar, os problemas e as diferenças são as oportunidades de se ter mais força, paciência e tolerância.
Nem desistir, nem tentar! Agora tanto faz, estamos indo de volta pra casa.
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