E após um longo tempo se postar, retorno a este blog com algumas citações de um livro que estou lendo. Sem mais delongas, seguem-as – depois virão as explicações, relaxa!
[...] quando as pessoas pensam em reencarnação, elas sempre se defrontam com uma pergunta muito difícil: se no começo existiam tão poucos seres humanos sobre a face da Terra, e hoje existem tantos, de onde vieram essas novas almas?
– A resposta é simples. Em certas reencarnações, nós nos dividimos. Assim como os cristais e as estrelas, assim como as células e as plantas, também nossas almas se dividem.
"A nossa alma se transforma em duas, estas novas almas se transformam em outras duas, e assim, em algumas gerações, estamos espalhados por boa parte da Terra."
– Fazemos parte do que os alquimistas chamam de Anima Mundi, a Alma Mundi, a Alma do Mundo. Na verdade, se a Anima Mundi fosse apenas se dividir, ela estaria crescendo, mas também ficando cada vez mais fraca. Por isso, assim como nos dividimos, também nos reencontramos. E este reencontro chama-se Amor. Porque quando uma alma se divide, ela sempre se divide numa parte masculina e numa parte feminina.
"Assim está explicado no livro do Gênesis: a alma de Adão dividiu-se, e Eva nasceu de dentro dele."
[...] olhando o baralho espalhado sobre a mesa.
– São muitas cartas – continuou –, mas fazem parte do mesmo baralho. Para entendermos sua mensagem, precisamos de todas, todas são igualmente importantes. Assim também são as almas. Os seres humanos estão todos interligados, como as cartas deste baralho. (parece que o dan brown tirou a ideia pra Anjos e Demônios de algum lugar, hein!)
"Em cada vida temos uma misteriosa obrigação de reencontrar pelo menos uma dessas Outras Partes. O Amor Maior, que as separou, fica contente com o Amor que as torna a unir."
– E como posso saber que é a minha Outra Parte?
[...] Era possível conhecer a Outra Parte pelo brilho nos olhos – assim, desde o início dos tempos, as pessoas reconheciam seu verdadeiro amor.
[...] somos responsáveis por reunir de volta, pelo menos uma vez em cada encarnação, a Outra Parte que com certeza irá cruzar o nosso caminho. Mesmo que seja por instantes, apenas; porque esses instantes trazem um Amor tão intenso que justifica o resto de nossos dias."
[...] – Também podemos deixar que nossa Outra Parte siga adiante, sem aceitá-la, ou sequer percebê-la. Então precisaremos de mais uma encarnação para nos encontrar com ela. "E por causa do nosso egoísmo, seremos condenados ao pior suplício que inventamos para nós mesmos: a solidão."
É besteira? Ficção? Temas que vendem livros e transformam pessoas comuns em renomados autores milionários? Não sei! Tudo que sei é que é uma forma linda de explicar o amor e a nossa busca desenfreada por algo que nos dê sentido à vida. Afinal, quem nunca se questionou por que motivos estamos aqui e qual é a nossa 'missão' nessa jornada? A vida é realmente só isso que fazemos todos os dias? É só sair da cama de manhã, ir trabalhar, voltar para a casa vazia e se manter em uma rotina habitual até ficarmos velhos demais para trabalhar e aproveitar ou morrer antes mesmo de poder 'aproveitar' a aposentadoria? A vida realmente é tão fútil que conseguimos nos utilizar de amigos, bebidas, baladas e demais artifícios humanos para preencher espaços vazios criados pela falta daquele alguém especial? Aquele alguém realmente especial, não que esteja lá apenas fisicamente. Desejos e necessidades físicas são facilmente suprimíveis, mas e quanto às necessidades emocionais e psicológicas? Colegas, festas, amigos incríveis que nos colocam no colo e ouvem nossas lamentações não atendem esse tipo de necessidade. Estou falando de um companheiro de verdade, que esteja ao seu lado para te ouvir reclamar, enxugar suas lágrimas, para te acalmar ou apenas ouvir as batidas do seu coração. Aquela pessoa que olha o céu estrelado ao seu lado ou ouve o som da chuva lá fora, que te acaricia de um jeito especial, que te faz perder qualquer vergonha ou preconceito. Um amor que saiba entender suas limitações e defeitos, que seja paciente para com seus erros e não vá desejar te trocar pelo primeiro par de pernas que lhe passar à vista.
E quanto aos casos de pessoas que casam, traem e não amam de verdade, mas levam a vida assim, pelo conformismo. Não quero me casar, juntar, amasiar ou qualquer adjetivo moderninho para passar a vida inteira com alguém que eu não amo ou não sendo verdadeiramente amada, você quer?
Eu encontrei minha outra parte, minha alma gêmea, minha metade da laranja ou seja lá o nome que quiser dar. Não acho, não penso, não sei; sinto, tenho certeza e tiro a prova real todos os dias, não apenas em convivência ou em aceitações cotidianas, mas em provas de amor mesmo (quando falo provas de amor não me refiro a demonstrações públicas de afeto, ou aquela coisa ridícula que passa na tv), em sentir coisas inexplicáveis como não ter um dia bom, em conjunto – se é que é cientificamente ou racionalmente possível –, como conseguir “prever” o que ele vai querer ou o que está pensando apenas por saber, por sentir, mesmo sem estar olhando diretamente ou perto em distância física. Conheço seus medos, seus anseios e devaneios mais profundos, conheço seu interior como um mestre a sua especialização. Do outro lado, ele me conhece da mesma forma. Ele sabe como vou reagir a alguma notícia ou situação mesmo sem que eu, ao certo, o saiba. Ele diz, com melhor precisão que a própria matemática, quanto estou bem ou mal durante o dia. Ele sabe, me conhece, melhor que eu a mim mesma e vice-versa. Nos compreendemos e nos damos ridiculamente bem por inúmeras razões, temos até alguns gostos e manias parecidas, entretanto, o que nos difere, o que nos torna realmente perfeitos um para o outro (a metade da laranja, a outra parte, a alma gêmea...) é o fato de não precisarmos explicar, não precisarmos sequer usar palavras – escritas ou faladas – para nos compreendermos.
Poderíamos viver 50 anos sem nenhum meio de comunicação e, ainda assim, conseguiríamos entender um ao outro, conseguiríamos sentir e demonstrar amor um ao outro. E amor não se demonstra apenas pelo brilho do olhar, mas isso é algo que não se tem como descrever ou definir, você só vai saber como é quando realmente sentir isso. Mesmo tendo vivido, anteriormente, muitas decepções, achando que é (sim, muita gente acha que ama, acha que sabe como é isso, mas não sabe!), na verdade, não é. Todas as vezes que se apaixona, se "ama" de verdade até o fim do relacionamento ou aparecer a próxima paixonite. Acredite, quando acontecer mesmo, vai ser diferente de tudo que já foi, não por ser novo, por ser aquele fogo de paixão renascendo, mas por ser muito mais intenso e pelo altruísmo absurdo que se forma em você.
Quando se ama de verdade, se esquece de todas as próprias dores e pesadelos e se concentra forças, mesmo estas já sendo inexistentes, para enfrentar e lutar contra tudo que faça mal a pessoa amada. Não há nada que te impeça de fazer com que seu amor fique seguro e bem, você se torna capaz de tudo para vê-lo bem e isso é algo que também não se explica, apenas se vive, se sente, se faz.
Às caras metades espalhadas por aí, que sabem como me sinto, que entendem o que falo e que também não conseguem encontrar as palavras certas nas horas necessárias, se souberem explicar melhor que eu, por favor, me ajudem - sou péssima com as palavras nessas horas!
E àqueles que 'acreditam' que sabem como é, que juram de pés juntos que vivenciam isso, meu conselho: aguardem, sejam pacientes e somente o tempo lhes dirá se as suas juras procedem. Caso contrário, a sua outra parte está aí fora em algum canto, nem que seja preciso encontrá-la aos 60 anos. Nunca é tarde para amar e nunca é pouco o tempo convivido em amor verdadeiro, mesmo que seja apenas um ou dois dias, é um período que se equivale a uma vida inteira, tamanhas as alegrias e "inexplicações" obtidas nesse estado tão maravilhoso - o estado eterno apaixonado ;)